Há exatamente 15 anos, na tarde do dia 17 de julho em pleno inverno de 1994, toda a nação brasileira comemorava o TETRA da Copa do Mundo, conquistado pela Seleção Brasileira de Futebol. Desde 1970, quando a Seleção foi TRI, os brasileiros não sentiam essa alegria. Aliás, era tanta felicidade que não cabia no imenso território brasileiro.
Eu tinha apenas seis anos, comemorei junto, mas não tinha idéia do que representava aquela conquista. Meu pai tinha 26, ele nunca tinha visto o Brasil ser Campeão do Mundo. Até hoje imagino sua emoção e de todos da faixa etária dele, que esperavam por esse momento. Sempre a cada quatro anos era a mesma expectativa, buscar o TETRA da Copa do Mundo.
O Brasil era conhecido como “País do futebol”, por ser a terra do Rei Pelé, por ter tanto talento com a bola. Mas o País estava perdendo o seu reinado, Pelé já tinha se aposentado, a seleção até encantava, mas estava a mais de 20 anos sem conquistar uma Copa. Precisávamos dessa conquista e ela não podia vir em melhor hora.
Recém tínhamos perdido um ídolo, o piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna da Silva. Coincidência ou não, ele também buscava o TETRA no Mundial da categoria de automobilismo. Vencer aquela Copa do Mundo era questão de honra, em respeito a Senna, um herói. O TETRA reanimou a população brasileira, levantamos a cabeça, bola pra frente, a vida continua.
Aquela Copa nos serviu de lição. Depois de perder cinco Copas por insistirmos em jogar bonito, aprendemos que o melhor é ser campeão, mesmo que para isso seja necessário jogar feio. O principal responsável por essa mudança de conceito foi o treinador Carlos Alberto Parreira, que fez a Seleção jogar com mais garra e inteligência, sem muito espetáculo.
Antes de chegar á Copa do Mundo, todos passam pelas Eliminatórias (torneio continental classificatório para a Copa). Até 1994, o Brasil nunca tinha perdido um jogo de Eliminatórias. Não dizem que sempre tem a primeira vez? E essa derrota assustou ainda mais a torcida brasileira. Ninguém queria pensar em ficar mais quatro anos esperando um título.
Foi justamente no comando do treinador Parreira que a Seleção perdeu pela primeira vez nas Eliminatórias. Foi na altitude de La Paz na Bolívia, os donos da casa venceram por 2 a 0, com direito a frango do goleiro Taffarel. Parreira não convocava o atacante Romário, em grande fase, o “Baixinho” teve desentendimentos com a comissão técnica.
Ninguém imaginava que Romário seria convocado na última rodada das Eliminatórias, faria os dois gols da vitória sobre o Uruguai (resultado que classificou o Brasil para a Copa), seria titular no Mundial, vice-artilheiro com cinco gols, e peça chave na conquista do TETRA. O “Baixinho” fez por merecer, e sempre será lembrado pela grande atuação na Copa de 1994.
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